O lançamento ocorreu na noite de 22.04.2015, com a presença de dezenas de pessoas. O livro está a venda através do site da Livrarias Curitiba. Leia abaixo o Prefácio do livro, escrito por José Domingos Brito, da UBE – União Brasileira de Escritores - e editor do site de literatura, "Tirodeletra".
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| Público presente e leitura de poemas pelo autor. |
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| "Dedo de Prosa", um dos poemas interativos de José Julio de Azevedo. |
POEMAS PARA VER & LER
"A poesia nasce do desejo de ampliação da liberdade; seja no sentido puro e simples como cantava Castro Alves; seja no sentido mais refinado, como fazem os concretistas com seus hologramas expostos no vácuo. O fato é que a poesia se presta a diversos modos de expressão. Na década de 1970, vivendo em São Paulo, José Julio de Azevedo sentiu a necessidade de encontrar outros modos de expressar sua poesia, diante das restrições impostas pelo mercado editorial ao gênero. Junto com alguns amigos, que se iniciavam na fotografia, desenho ou música, realizou pesquisas dentro das artes, de modo a encontrar novas formas de expressão. Seu objetivo era conquistar o público pouco afeito ao texto poético. Queria que seus poemas fossem vistos e lidos, obtendo com isso uma melhor compreensão artística e um novo interesse pela poesia.Chegou até a publicar um “Manifesto”, onde expunha alternativas de expressão do poema. Seu trabalho resultou numa mescla de texto e imagem, criando alguns “quadros-poemas”, os quais foram expostos na “Expoesia 2”, evento idealizado por Affonso Romano de Sant’Anna, em 1972, em Curitiba. O texto de um dos poemas, “Fotopsicotrópicos”, era montado em alto relevo, com recortes de jornal, fotos e até um visor de slides. A pessoa via e lia o poema e, curioso, olhava no monóculo visor do mesmo e deparava com a foto de uma criança famélica, vitima da guerra de Biafra.
Foi nesse período que conheceu Valêncio Xavier, escritor, cineasta desinteressado pelo oficio da poesia, porém fascinado por imagens e interessado nas várias formas de comunicação, particularmente na junção entre literatura, cinema, teatro e artes gráficas. Do diálogo entre os dois surgiam novas ideias, características da efervescência cultural daquela década. Valêncio, como se sabe, tornou-se um pioneiro nessa modalidade, destacando-se como um dos principais protagonistas dessa tendência ao publicar a novela “O Mez da Grippe”. Zé Julio tomou outros caminhos, passou um tempo sem publicar, porém sempre escrevendo em cima, ou ao lado, de imagens. Se publicar textos já era difícil, imagine publicar imagens!
O que vemos neste livro é o resultado cumulativo de seus “Imagem Poemas”, como nomina atualmente seus poemas interativos, escritos no período 1971-2014. De certa forma, sua publicação representa uma contribuição substancial ao conhecimento e estudo desta forma de expressão poética, ao mesmo tempo em que resgata e acentua uma modalidade de expressão bastante útil nestes tempos, quando o interesse pela literatura ressurge intensificado pela Internet com suas facilidades de produção e distribuição editorial. Além disso, representa também uma ampliação emotiva do leitor em poder ler e ver o poema estampado numa página ou numa tela, inclusive em 3D".
* José Domingos Brito é editor do site http://www.tirodeletra.com.br e Diretor de Documentação da UBE-União Brasileira de Escritores.
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| O poeta José Julio de Azevedo com "Poemas do Sul & Imagem Poemas" e reportagem sobre o lançamento do livro |
