segunda-feira, 9 de novembro de 2009

OS LIXÕES & O CONGRESSO


A DANÇA DOS URUBUS
Um rápido olhar pela mídia televisiva, 09.11.09

Curitiba ficou famosa pela campanha "Lixo que não é lixo" de ampla aceitação popular – sendo uma das cidades que mais recicla em nosso País. Em um dos telejornais de hoje, com a voz de Ana Paula Padrão, vimos cenas chocantes de gente, lixo e urubus na Ilha Grande (área de preservação ambiental) disputando restos de comida e material que heroicamente reciclam para defender o pão de cada dia – quem sabe a bebida embriagante que possam beber prá esquecer a miséria. Do outro lado, vimos no bom dia Brasil os nobilíssimos deputados federais caminhando pelos corredores sob o lépido ar condicionado e a mesura de funcionários bocejando ir ao trabalho... neca! Indo digitar sua senha de presença para, daí a pouco serem flagrados no aeroporto, para voar até suas bases eleitorais... Ah! É apenas mais uma tradição parlamentar!!!! Bela desculpa. Se for um cidadão comum ele ganha a conta por justa causa. O Brasil precisa de uma reciclagem geral, começando pelos engomados de nossos planaltos e por aí a fora.
Mas, estávamos falando do LIXO a ser reciclado. Esses heróis, ambientalistas sem ONG e sem camisa, sem logotipo e sem salário, nos umbrais fétidos de nossas cidades, grandes e pequenas, aos milhões, juntamente com os urubus, as crianças e as carniças rodopiam numa roda viva digna virar filme de algum Fellini tupiniquim. Como uma dança, um balé esquálido, um cartão postal do Brasil 2009 rumo ao Rio 2016!
Vamos, pois separar o lixo que não é lixo do lixo de verdade. Brasileiro honesto, que prefere disputar com esses pássaros que têm uma boa visão, mas carentes de olfato (por isso eles comem a carniça que outros animais rejeitam)
Porque será que esses bem-nutridos deputados não agilizam as coisas e pensem, planejem, equacionem e votem leis que tragam + dignidade a esses ambientalistas na raça?
Porque será que não criam leis que disciplinem com rigor necessário a destinação do lixo, seja doméstico, seja industrial, seja hospitalar?
Pelo amor de Deus, chega de sermos um País bagunçado e moralmente pobre e podre! O verdadeiro lixo humano, pois, não é aquele formado por esse contingente humano que revira o lixo, seja criança, adolescente, idosos, mulheres grávidas. Esses são os mais dignos, a nobreza da Nação Brasileira. Eles não se sujam com propinas, mensalões, etc – navegam nesse mar fétido, dos aterros mas não contaminam a alma – nosso único bem eterno.
Há, porém, eu esperançoso creio, muita gente boa no Congresso Nacional, de alma nobre e boas intenções – que eles se unam, separando o joio do trigo, e se movam, se comovam com a realidade e a paisagem ambiental de nosso Brasil – criando mecanismos legais que protejam os mananciais ameaçados por esses milhões de milhões de kgs de lixo.
Parlem sobre o assunto, minha gente! (Jose J Azevedo)